quarta-feira, 24 de junho de 2015

Dia de chuva

Rainppiness :D

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Coração selvagem

Li esse trecho no livro Perto do coração selvagem da Clarice Lispector e fez tanto sentido pra mim, achei fantástico.

Sobre a eternidade, por Clarice, no mesmo livro:

"Definia eternidade e as explicações nasciam fatais como as pancadas do coração. Delas não mudaria um termo sequer, de tal modo eram sua verdade. Porém mal brotavam, tornavam-se vazias logicamente. Definir a eternidade como uma quantidade maior que o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em idéia também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração. Sua qualidade era exatamente não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e dividir tinha um princípio e um fim. Eternidade não era a quantidade infinitamente grande que se desgastava, mas eternidade era a sucessão".

"Olho por essa janela e a única verdade, a verdade que eu não poderia dizer àquele homem, abordando-o, sem que ele fugisse de mim, a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais. Lembro-me de um estudo cromático de Bach e perco a inteligência. Ele é frio e puro como gelo, no entanto pode se dormir sobre ele. Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação".